Vou relatar um fato ocorrido comigo, quando eu tinha 14 anos e morava num
pequeno sítio, com meus pais, numa cidadezinha do interior do Paraná, chamada
Pinhalão.
Uma tarde, precisamos ir até o patrimônio, que ficava a 3 km, levar uns sacos de
arroz, para serem beneficiados (processo que descasca o arroz, deixando-o pronto
para o consumo) e tivemos que emprestar uma carroça de um tio que morava há 1,5
km de nossa casa. Fomos até o vilarejo, chamado Lavrinha, e retornamos perto das
18:00, passamos primeiro em casa onde deixamos os sacos de arroz, e fomos até a
casa do meu tio devolver a carroça; não demoramos muito, pois tínhamos ficado de
voltar logo para casa, que minha mãe, meu irmão mais velho e minhas duas irmãs
mais novas, nos esperavam para jantar; saímos da casa do tio já estava escuro, e
após andarmos cerca de 500 metros, numa parte de subida da estrada, de onde dava
para ter uma boa visão de tudo ao redor, por ser alto, olhei para um capão de
eucaliptos, que rodeia uma estrada antiga, que também dá acesso à casa do meu
tio, mas que ninguém a usava por ser muito íngreme e estreita, há um 1 km de
onde nós estávamos, e vi uma luz, parecida com uma tocha, dessas feitas com
bambu, pano e querosene, muito usadas para caminhar a noite; comentei com meu
pai que alguém estava usando a estrada velha para ir a casa do tio. Andamos mais
um pequeno trecho e novamente olhei para a luz, levei um susto, pois a mesma
estava maior e na altura da metade das árvores, falei pro meu pai que me mandou
correr e não olhar mais para trás, não obedeci e me virei para ver o que
acontecia, agora a bola estava na altura da copa dos eucaliptos e começou a vir
em nossa direção; de imediato comecei a correr, muito assustado, foi quando ouvi
um barulho, como de labaredas cortando o ar, mais uma vez olhei para trás e vi a
bola muito perto de nossas cabeças, mas não produzia calor, então gritei, e
espalmei as mãos para proteger minha cabeça, então meu pai me apanhou pelo braço
e corremos pelo meio de uma plantação de café, até um capão de bananeiras; a
bola tinha sumido. Muito assustados fomos pra casa e relatamos o que havia
acontecido.
Dois dias depois meu tio veio até nossa casa, resolver o negócio de uns porcos,
com meu pai, então contamos o acontecido, ele disse que também havia visto a
bola de fogo, assim que saímos da casa dele naquela noite, disse ainda que há
algum tempo atrás, todas as noites por volta de 19:30 e 20:00 h, a bola aparecia
no mesmo lugar e ficava dançando no céu, depois desaparecia, mas fazia tempo que
não tinha mais visto, até aquela noite.
Não sei o que foi aquilo, até hoje sem explicação. Lá é muito comum ouvir
histórias de pessoas que viram isso ou aquilo, eu mesmo ouvi uma porção delas,
mas nunca tinha presenciado tal fato, e, sinceramente, espero nunca mais passar
por isso.
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Airton - Curitiba - PR